segunda-feira, novembro 07, 2022

sentires...


 

sentires!



acordas junto à sombra dos sentires

perdido no movimento azebre,

fulguras da tristura ocasional

de um tempo passado

sem prazer.



suave na sua mudez,

a terra olha-te em silêncio.



escutas a voz do perigo

entre o bem e o mal,

consegue pousar

do lado da luz

no frio que te dá ordens



do coração saltam feridas

devoradas pelo infinito



já nada sentes

embriagado na música inaudível,

expeles do teu corpo uma seiva amarga,

e imploras para renascer

de um ventre sem rosto




aguardas na praia que a maré vaze,

encontro-te...




dou-te a minha mão!



helena maltez

2 comentários:

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...


tantos sentires
podemos ler este trabalho de várias maneiras
mas gostei muito e achei o final simplesmente belo.

o dar a mão a quem precisa, é um acto muito fraterno.

bom fim-de-semana cheio de saúde

beijinhos

:)

Graça Pires disse...

As palavras são como rios de correm da nascente. Sentir é da mesma maneira se deixamos que "do coração saltem feridas devoradas pelo infinito". Porque é esse o nosso sentir, tão rente a um novo renascer.
Uma boa semana com muita saúde, minha Amiga Lena.
Um beijo.

rosto...

  rosto em silabas as artérias estão vazias dentro de mim. escuto gritos sucessivos e a sede é abandono em dias inúteis. o tempo é...